Rita Azevedo Gomes

Biografia

A carreira artística de Rita Azevedo Gomes iniciou-se nos anos 1970 e passa pelo cinema, pelo teatro e pela ópera. Em 2001, apresentou o seu trabalho em vários festivais de cinema, incluindo Veneza, Montreal e Turim. Altar (2002) ganhou o prémio para Melhor Realizador no Festival Internacional de Cinema de Angra do Heroísmo em Setembro de 2002. Seguiu-se, em 2004, A 15ª Pedra: Manoel de Oliveira e João Bénard da Costa em Conversa Filmada, apresentado nos festivais de cinema de Marselha, Procida e Doclisboa em 2005, assim como no Museu de Arte Antiga e na Fundação Serralves. Também em 2005, a artista recebeu uma comissão de Faro Capital da Cultura para dirigir A Conquista de Faro, obra apresentada no Festival de Cinema de Turim em 2005 e que teve a sua estreia nacional em Faro, em Dezembro de 2005. A Colecção Invisível (2009) estreou em Lisboa na Cinemateca Portuguesa. O seu mais recente filme A Portuguesa, inspirada no romance de Robert Musil Die Portugiesin, está em pós-produção.

CORRESPONDÊNCIAS

O filme foi inspirado na troca de cartas entre dois grandes poetas portugueses, Sophia de Mello Breyner Andresen e Jorge de Sena, durante o exílio deste último (1957-78). Com base nas suas cartas e poesias, é construído um diálogo entre saudade e pertença, o «desejo de preencher anos de distância com horas de conversas». Ao mesmo tempo, o filme pretende estabelecer uma correspondência com as nossas próprias vidas ficcionadas sob os nós e enredos intricados que nos mantêm juntos.

A VINGANÇA DE UMA MULHER

Um episódio que ocorreu na vida de Roberto. Um desses homens para quem a simulação é a sua maior arte. Um dandy!, dirão uns. Um libertino!, dirão outros. Seja como for, é um homem impassível, indecifrável… e daí enigmático! Mas a verdade é que no seu íntimo Roberto sente um profundo tédio. O tédio de quem já esgotou todos os prazeres desta vida. A única coisa capaz de o espantar é o facto de já nada o espantar.

No entanto… Uma noite, um inesperado encontro com a Sierra Leone deixa-o completamente transtornado. Essa mulher fá-lo reviver todo um passado sem tréguas, intacto, escancara o seu crime e reclama a exibição do escândalo. Entre este passado e um presente — fantasmagoria de objectos, seres, lugares — a rêverie prolonga-se e uma capa de silêncio cai sobre a alma de Roberto que se fecha para sempre… (Uma adaptação livre a partir do conto homónimo, em Les Diaboliques, de Barbey D’Aurevilly.)